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segunda-feira, 17 de março de 2014

PALAVRAS de IRENE DÓRES: "Márcio Vieira e as memórias das mulheres de Valença..."


Olá pessoas, depois de muito tempo longe da escrita, estou de volta e antes de falar das mazelas locais estamos retornando com um elogio ao trabalho 
de uma pessoa muito conhecida em Valença, principalmente pelos estudantes da UNEB. Falo aqui do professor Márcio Vieira, que lançou de forma brilhante o seu livro “Memórias das Mulheres Operárias da CVI”, objeto de conclusão de mestrado.

O lançamento aconteceu no Centro de Cultura no dia 07 passado. A data foi escolhida em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, que se festeja dia 08 de março.

A noite de autógrafos do livro do professor/escritor Márcio Vieira aconteceu de forma brilhante, boa parte da sociedade valenciana, que são amigos ou conhecem Márcio, compareceu ao evento e comprou o livro. O evento, a meu ver, foi um grande sucesso de vendas. Sua esposa Márcia Rocha e os seus filhos estiveram ao seu lado lhe dando apoio e seus amigos mais íntimos também não faltaram. 

Estiveram presentes algumas das mulheres trabalhadoras da CVI, as quais foram fontes de pesquisa para o professor Márcio, entre elas, Glorinha, uma das fundadoras da Festa de Nossa Senhora do Amparo e Quezinha, que trabalha com artesanato em Valença, alunos da UNEB, que estão seguindo a mesma linha de pesquisa, também estiveram lá prestigiando o evento, juntamente com Pedro Sabino, diretor do Campus XV, que muito apoiou Márcio na confecção do seu livro. 

Márcio narra no seu livro, como o próprio nome diz, as memórias das trabalhadoras da CVI no período da Ditadura Militar. O professor pesquisador contou estorinhas para dar uma ideia do que é o seu livro e que chamam atenção para a realidade daquele período e de como mulheres e homens eram tratados pelos governos e pelas instituições industriais no Brasil. Assim, “uma senhora na Vila, segundo narrativa do autor, tinha um sonho de ter a casa pintada na cor rosa, já que o padrão de cor nas casas da Vila era a bandeira brasileira, então essa senhora sem nenhum receio pintou sua casa de rosa para fazer o casamento de sua filha. A direção da CVI não gostou e ordenou que retornasse as cores da bandeira na casa no dia do casamento, mesmo sobre protesto da referida senhora sua casa voltou a ser verde e amarela, não tendo ela sequer o direito de casar a sua filha com a casa arrumada ao seu gosto”. Estórias como essa se encontram no livro e mostra, através das memórias das entrevistadas de Márcio, como funcionava o trabalho industrial em Valença e como esses trabalhadores eram desrespeitados pelos patrões.

Professor Márcio é mais um estudioso a registrar a História de Valença, através da memória oral, e garantir para os futuros valencianos e para região do Baixo Sul a preservação da memória histórica, proporcionando, principalmente aos leitores locais, conhecerem a história do seu lugar, bem como perceberem os avanços ocorridos a partir do período avaliado com referência ao trabalho feminino na indústria.

Devo dizer que o trabalho do professor Márcio é sucesso e para quem quer saber mais sobre o assunto corra para as livrarias e vá ler as histórias das mulheres da Vila Operária enquanto elas estão vivas. Portanto, desejo ao professor Márcio todo sucesso e quem sabe, futuramente um aprofundamento no assunto, estendendo sua pesquisa para o trabalhador de Valença de uma forma mais ampla, aumentando as possibilidades de conhecimento do público Valenciano e regional sobre a história local. Parabéns, professor Márcio!

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