Para presidente, prioridade é debate sobre financiamento público; governo tem preocupação com didatismo e reconhece que questões são complexas
A ideia é que o plebiscito traga questões sobre o financiamento público de campanha, o modelo de eleição de parlamentares e de escolha de candidatos. O governo reconhece que o tema é complexo e de difícil entendimento.
Na reunião com os presidentes das centrais sindicais, a presidente Dilma Rousseff defendeu ontem o financiamento público das campanhas. Nos diversos encontros que vem realizando, Dilma pede sugestões sobre as perguntas que devem ser feitas no plebiscito, destacando que precisam ser bem objetivas.
A presidente quer condensar as sugestões, o quanto antes. Ela pretende encaminhá-las ao Congresso até a próxima terça-feira, sob forma de mensagem pedindo a convocação do plebiscito - que teria de ser realizado até agosto. Para a presidente, é "primordial" que as mudanças sejam aprovadas até o início de outubro e estejam em vigor na eleição de 2014.
O estudo do Planalto sugere três perguntas: a primeira seria sobre o sistema eleitoral para o Poder Legislativo. Se o eleitor escolheria entre um sistema proporcional, como é hoje, um sistema majoritário (apelidado de distritão), ou um sistema distrital misto. A segunda pergunta seria se o eleitor apoiaria lista aberta (como é hoje), com eleição proporcional, ou sistema de lista fechada (no partido), ou o voto em dois turnos, que é chamado de voto transparente.
Na reunião com os sindicalistas, a presidente elogiou a sugestão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em relação ao tema. Entidades, incluindo a OAB, lançaram campanha pelo voto em dois turnos. No primeiro o eleitor escolhe o partido e, em seguida, o candidato. Este sistema acabaria com os votos de legenda e os "puxadores de votos".
A terceira pergunta seria se o eleitor quer que o sistema de financiamento de campanha continue abrangendo doações privadas, como ocorre hoje (atualmente o sistema é misto), se poderia ser um sistema exclusivamente público ou se seria um financiamento público e de pessoas físicas, com limite de contribuição.
Campanha
Para que a população entenda o que se pretende mudar no sistema eleitoral, no período anterior ao plebiscito seria realizada uma campanha publicitária. Os grupos que defendem cada uma das diferentes propostas apresentariam, didaticamente, a defesa de suas ideias.
O plebiscito deve custar R$ 300 milhões. O gasto foi estimado nesse montante em abril de 2011 pelo então presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, quando era cogitada a realização de plebiscito sobre desarmamento. Segundo assessores, a estimativa é a mesma agora.
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