Um dia depois de convocar uma reunião com governadores e prefeitos no Palácio do Planalto, numa estratégia de dividir o efeito negativo da onda de protestos pelo país, a presidente Dilma Rousseff sofreu um revés político.
Sem uma ampla consulta prévia, a proposta de uma constituinte específica para fazer a reforma política foi criticada até pelo seu vice, Michel Temer. Mas partiu dele a solução para o impasse: a proposta de um plebiscito com itens específicos para uma reforma política, que Dilma encampou.
Já no Congresso, o presidente do Senado, Renan Calheiros, apresentou uma agenda positiva sem consultar o Palácio do Planalto e recomendou a redução do número de ministérios, para economizar recursos. Hoje, o governo Dilma tem 39 ministros.
O Senado também sinaliza a votação da desoneração das tarifas do transporte público, num momento em que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já sinalizou que não tem mais condições de abrir mão de impostos.
A estratégia inicial do Planalto era dividir a responsabilidade da atual crise com o Congresso Nacional. Mas aliados e oposicionistas perceberam a tática do governo, e com isso, resolveram escapar da armadilha que tornaria o Congresso o foco principal das manifestações que tomaram conta das ruas brasileiras.
Nesse momento de crise, os políticos tentam salvar seus respectivos mandatos da avalanche de críticas da sociedade. Hoje, ficou clara que a estratégia dos parlamentares a partir de agora será a de “cada um por si”. Nesse cenário, Dilma fica politicamente fragilizada.
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