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domingo, 25 de novembro de 2012

ZÉ DIRCEU convoca militantes para ato contra o MENSALÃO

Condenado a dez anos e dez meses de prisão no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta do escândalo do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pediu na noite da última sexta-feira, em plenária do PT na cidade de Osasco, região metropolitana de São Paulo, que os militantes façam "um julgamento do julgamento do mensalão" e marquem atos contra a decisão do Supremo por todo o Brasil.

"Nós temos de fazer o julgamento do julgamento agora. Não temos medo da verdade dos autos.(...) Este ato é uma demonstração da nossa força, do que podemos. Temos que reproduzir em todo o Pais. É preciso que não se confunda a nossa tranquilidade, a nossa segurança, a nossa capacidade de resistir e, se for preciso, enfrentar a prisão, com franqueza", disse para cerca mil pessoas que acompanharam o discurso em um auditório de uma escola no centro da cidade.

Além disso, Dirceu defendeu que o PT invista na regulação da mídia que, segundo ele, ajudou a "impor" o julgamento do mensalão. Antes do fim do discurso, o ex-ministro também atacou o judiciário brasileiro.

"A minha mensagem é a mensagem que precisamos refletir sobre o que aconteceu, fazer uma avaliação e organizar luta e agenda. Tem que começar com uma ação pelo mandato do João Paulo Cunha (deputado federal que também foi condenado no Supremo). Essa agenda tem que colocar o aspecto da regulação da mídia no brasil. Tem que colocar porque é democrático mas também temos que discutir o poder judiciário", argumentou.

Além de José Dirceu, participaram do ato os também condenados José Genoino, ex-presidente do PT, e o próprio João Paulo Cunha, que foi presidente da Câmara dos Deputados. Condenado por lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva, Cunha é o único dos três que ainda teve o tamanho da pena definida. O deputado falou sobre como foi lidar com a condenação nos últimos meses.

"Já faz mais de dois meses que decretei silêncio obsequioso. Não falei com ninguém e não participei de nada. Esta é minha primeira manifestação pública após a condenação. (..). Vocês não sabem como é dolorido, É de cortar o coração eu ser acusado de corrupto, sabe. Desde pequeno fiz opção de vida que a riqueza e busca da fortuna não moveriam a minha vida", disse.

João Paulo Cunha ainda comparou a "injustiça" de sua condenação com um episódio bíblico que envolve Jesus Cristo. "Muitas injustiças foram cometidas, inclusive, com o próprio Jesus Cristo. A população libertou Barrabas e crucificaram Jesus. Um dia elas (injustiças) serão reparadas. Talvez eu não esteja mais vivo", afirmou.

Genoino também falou sobre como recebeu o fato de ter sido considerado culpado por envolvimento no escândalo. Ele disse que tem "consciência da inocência". "Quero dizer que, é claro, que o coração está, está doido. Agora a cabeça está fria, erguida e tranquila. Tenho consciência da inocência. Quero dizer para vocês aqui que estive muito tranquilo. Eu estou de cabeça erguida. Aprendi a nunca perder a esperança. Às vezes, as noites são escuras, longas e pesadas, mas quem acredita tem paciência de saber enfrentar", completou.
(JusBrasil - Foto: O Diário)

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