Até o final deste mês, os usuários do sistema ferryboat voltarão a contar com o serviço de hora marcada, suspenso desde setembro de 2012.
Segundo a Internacional Travessias Salvador, que administra o sistema, a previsão é de que, neste mesmo prazo, seja implantado também o bilhete eletrônico. Por meio dele, pedestres e condutores poderão comprar passagens sem enfrentar filas.
As medidas visam reduzir os transtornos enfrentados por passageiros, como ocorreu durante o período do Réveillon. No último dia 31 de dezembro, a fila de veículos para embarcar chegou ao Bonfim, com cerca de cinco quilômetros de extensão e até seis horas de espera.
Quem quiser comprar a passagem antecipada poderá fazê-lo pela internet ou nos terminais. De acordo com a Internacional Travessias, os últimos ajustes estão sendo feitos para que os dois serviços sejam implantados.
A empresa divulgou, ainda, que uma reforma será realizada nos terminais de São Joaquim e Bom Despacho. A Internacional Travessias, no entanto, não divulgou quais melhorias serão feitas e os prazos para início e fim das intervenções.
A administradora do sistema ferryboat ressaltou que não tem como fornecer detalhes sobre as benfeitorias, pois o projeto ainda está em fase de estudos para a realização da requalificação.
Fim de ano
Mesmo com as filas durante o Réveillon, a Internacional Travessias considerou a operação de final de ano "muito bem sucedida".
Para a empresa, "é importante entender que esses períodos são excepcionais e trazem sobrecarga em todos os serviços que recebem uma quantidade extraordinária de pessoas".
A Internacional ressaltou, que foi disponibilizada grande oferta de horários extra e reforço da equipe de profissionais em todos os setores.
Além de operar no sistema bate-volta quando a demanda justificava, o ferry funcionou 24 horas nos dias mais movimentados, informou a empresa, em nota.
"Entre os dias 18 de dezembro e 5 de janeiro, na maior parte dos dias, o usuário não encontrou qualquer dificuldade, quase sempre com embarque imediato".
Para o verão, a empresa destaca que realizou intervenções para ampliar a capacidade de atendimento. Entre elas, a ampliação no quadro de contratados, flexibilização dos horários de saída dos ferries e disponibilização do sistema bate-volta nos finais de semana e feriado.
Sobre a manutenção das embarcações, a Internacional Travessias aponta que todos os ferries passam por manutenção periódica e preventiva, com escala que varia diariamente.
Harmonia
Para o engenheiro naval Henrique José Caribé, membro do Conselho Regional de Engenharia da Bahia (Crea-BA), uma boa operação do ferryboat depende do funcionamento harmônico entre dois sistemas majoritários: embarcação e logística.
Segundo ele, no ferryboat da Bahia, estes dois sistemas "não dialogam bem". Em relação à logística, ressalta Caribé, falta planejamento para atender à alta demanda, principalmente nos períodos de festas, como foi o Réveillon.
Já em relação à embarcação, ele aponta que é preciso fazer manutenção periódica e preventiva nos três sistemas dos ferries: casco, motor e propulsor. "São bem complexos e precisam de manutenção periódica, em que se avalie todos os aspectos", conta.
Se o casco está com mossas, afeta o funcionamento do motor, que precisa fazer mais força para fazer a embarcação navegar. Se não for feita manutenção correta no motor, a operação também fica prejudicada.
"O (ferry) Ana Nery e o Ivete Sangalo, quando chegaram, faziam a travessia em 35 minutos, mas agora fazem em uma hora. A máquina precisa da manutenção para não perder a potência", diz.
O propulsor, seja hélice ou hidrojato, tem que ser compatível para a embarcação. "Às vezes, o propulsor atua bem numa embarcação e não se comunica bem com outra, vai gastar combustível. É preciso que isso seja observado", pondera o especialista.
(A Tarde)
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