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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

PALAVRAS de IRENE - V Conferência Estadual de Cultura - Parte II

Falamos na crônica passada das nossas conquistas na V Conferência de Estadual de Cultura. Agora vamos narrar os nossos percalços, porque evento sem “incidentes” não tem graça. Então vamos dividir as aventuras dos delegados estaduais de cultura em Camaçari. Nem pense em me chamar de dedo duro ou dizer que não revelaria tais coisas. Até porque só tem graça se for dividido com todos, principalmente aqueles que nos mandaram para lá.

Então, pra começar, ao chegar em Camaçari fomos nos parar na rodoviária, a espera de um grupo da empresa organizadora do evento para nos conduzir até a Cidade do Saber, local de realização do evento, diga-se de passagem, uma cidade cultural mesmo, são vários prédios destinados a arte e ao esporte no mesmo lugar, num local muito organizado e de localização ótima no centro da cidade. Voltando à rodoviária, quem disse que havia alguém à nossa espera, cometemos engano, a recepção era na rodoviária de Salvador. Fizemos o retorno e com nossos "GPS's" ligados finalmente chegamos à Cidade do Saber. De lá fomos relocados ao hotel.

Eu disse HOTEL? O negócio ficava num lugar distante e “boca de duro” de lascar, chegando lá, já encontramos uns colegas do Baixo Sul pedindo para ser relocado para outro lugar, e nós é claro fomos no embalo. Pronto, retornamos para um Hotel Churrascaria na entrada da cidade. Chegando lá nosso delegado entre três mulheres não queria ficar só e nos pediu para ficar no mesmo quarto, o que fizemos com ele? Dissemos em coro, “se finge de bicha, encarna o FÉLIX” para o coordenador da empresa organizadora que lá se encontrava aceitar a “mistura”. Ele achou graça e o fez por um instante, o pessoal deixou ele entrar no quarto, valeu a encenação. Foi muito bacana ele é muito respeitoso, educado e amigo. Valeu a experiência. O segundo percalço que tivemos que encarar no hotel, foi o sistema elétrico com defeito, chuveiro frio. Pensem numa mulher agitada, agora dupliquem e podem aplicar a mim. Pois é, dei a louca, ameacei deixar o hotel, então fomos transferido para o outro andar onde o sistema elétrico estava funcionando. Ufa! Enfim nos ajeitamos bem.

Amanheceu, descemos para o café da manhã, meu Deus, cafezinho pobre, eu e a torcida do flamengo nos pusemos a reclamar. Ao chegar na assembleia o público quase pegou o secretário de cultura Albino Rubim pelas orelhas e exigiu melhor atenção para com os hóspedes. Solicitação aceita, conferência em andamento, chegou o fim do dia e, lá vamos nós em busca de vida inteligente na madrugada de Camaçari. Gente, pense num lugar grande, bonito e sem lugar legal pra gente se divertir, rodamos todos os lugares indicados por um taxista gentil que nos conduziu e... nada de interessante, apenas bares com caras de “Deus me livre” em ruas meio desertas, aliás, tinha uma casa de festa com uma centena de 'periguetes' na porta e uma viatura da polícia tática, nem paramos para perguntar o que havia acontecido. Se não havia nenhum ambiente bom? Claro que havia, mas fechavam às 22 horas. Na moral, a gente tomou cerveja num botequinho, à beira da rodovia, tão pobre que só avistávamos mendigo por perto, nos divertimos com o diferente, mas saímos logo.

E chegou o dia seguinte, o café da manhã melhorou e lá vamos nós ao trabalho, discussões, apresentações de mesa, reunião do Fórum de Cultura da Bahia, votação para Conselheiros territoriais de cultura e escolha de delegados para a etapa nacional. Finalzinho da tarde, num momento de distração, uma delegada que se encontrava ao meu lado, ao ir embora, por engano, pegou a minha bolsinha da conferência, (bolsas padronizadas). A coisa ficou complicada, na minha sacolinha tinha o meu equipamento fotográfico, meus telefones, documentos, enfim, tudo que mulher carrega. Corri para Sandro Magalhães e pedi para anunciar, mas minha bolsinha não aparecia, todas as pessoas ao meu redor se solidarizaram comigo; Vanessa me puxou para fazer telefonemas para os celulares, ela ligava para um, o presidente da AdincBA, Adelson (que também perdeu sua carteira em Vitória da Conquista) tentava o outro, e Uilson da SECULT ligava para o terceiro. Quem levou minha sacolinha estava longe dela, não atendia aos telefones.

As horas se passaram e a SECULT me disponibilizou um carro com motorista e uma coordenadora para registra um B.O. na Delegacia. Meus amigos Janete e Wellingthon não desgrudaram de mim em nenhum segundo e descarregaram os telefones de tanto ligarem para os meus. Célia Praesent, que havia dado uma bronca no apresentador, por não anunciar constantemente a perda da minha sacolinha, continuou insistindo e Lucinha Coutinho também. Cheguei à delegacia, me apresentei, sentei e esperei dois minutos; me curvei e percebi que o agente estava jogando paciência, esperei mais um minuto e perguntei, “é o senhor que vai me atender?” ele me respondeu “é, mas deixa eu acabar essa mão”. Meu Deus, a que ponto chegamos. Após a espera consegui registrar o B.O., mas não tinha impressora para imprimir, a Delegada, muito educada e gentil, foi até o prédio vizinho e... nada, de repente o telefone da moça da SECULT toca e a notícia chega. Acharam a minha sacolinha. Sabe como? A Célia Praesent permaneceu ligando pro meu telefone até que alguém ficou sem paciência no carro e resolveu atender, já estavam indo embora para Juazeiro, voltaram à Cidade do Saber e me devolveram. Que alegria recuperei meu equipamento, todos festejavam. E o dia terminou bem para mim.

Foi a primeira vez que viajei com Lucinha, Janete, Wellingthon e Célia. E eles mostraram naquele dia, o quanto vale a solidariedade, e que são pessoas que se pode contar na hora do desespero. Me senti bem amparada também pelo pessoal da SECULT e Vanessa. Agradeci a Deus por estar com aquelas pessoas e por meu equipamento ter ido parar nas mãos de pessoas honestas. Rogo a Deus que as proteja e que continuem iluminadas. Fim da Conferência, coração tranquilo e volta para casa. Valeu por tudo. Estamos preparadas para outras aventuras. Mas, que não perca mais nada!

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