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Juliana Ribeiro, Will Carvalho, Carla Liz, Claudya Costta, Matilde Charles, Márcia Short e Clécia Queiroz : “Apesar de tanto não, tanta marginalidade, somos nós a alegria da cidade...” |
Will Carvalho, Carla Liz, Claudya Costta, Matilde Charles, Márcia Short, Juliana Ribeiro e Clécia Queiroz já são conhecidas dos baianos, mas pela primeira vez estão tendo a oportunidade de cantarem todas juntas. Segundo elas, a ideia partiu da Secretaria de Cultura do estado da Bahia (Secult/BA) com apoio irrestrito do Secretário de Cultura, Albino Rubim, e da diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), Arany Santana. O CCPI é o órgão responsável pela execução dos programas carnavalescos da Secult/BA (Ouro Negro, Pelourinho e Pipoca).
“Essa é uma aposta da Secult/BA, shows que reúnam vários artistas num só palco. Ano passado fizemos um show que reuniu artistas da guitarra baiana, que inspirou o tema do carnaval desse ano. Na terça (12/02) também teremos uma noite dedicada ao reggae”, explica Albino Rubim.
O convite foi super bem-vindo para as sete cantoras que escolheram 25 canções para o repertório da apresentação. Cada cantora escolheu três composições para serem cantadas sozinhas e mais quatro canções para serem cantadas em conjunto.
“O repertório prioriza a história de vida de cada cantora. O que me deixa orgulhosa é estar representando a negritude feminina dessa cidade”, comemora a cantora Juliana Ribeiro. Márcia Short concorda: “Nada mais justo que na segunda cidade mais negra da América Latina, haja um espaço para a nossa música”, e continua utilizando a letra da canção ‘Alegria da Cidade’ de Lazzo Matumbi: “Já que essa é uma cidade que nos diz tanto…”.
Claudya Costa lembra o cuidado de fazer com que a particularidade de cada cantora esteja presente. “A primeira coisa é mostrar a nossa ancestralidade”, diz. Claudya que canta no Cortejo Afro e é um dos nomes femininos do samba na Bahia cita o exemplo do que tem acontecido com o ritmo. “Diziam que a mulher era frágil, mas estamos chegando no samba que é um reduto bem machista”, provoca.
Clécia Queiroz lembra o pouco espaço que as cantoras negras têm no carnaval. “Apesar dessa ser uma cidade com mais de 80% da população negra, as cantoras negras têm pouco espaço no carnaval. Então essa oportunidade é única e agradeço à Secult/BA”, declara Clécia.
Para Matilde Charles a importância o projeto é único e deve ser continuado. “Essa é uma enorme contribuição para a cultura baiana, temos que desfrutar dessa oportunidade”, comemora Matilde.
Carla Liz, vocalista da banda Didá, era uma das mais animadas. “Estou muito feliz com essa oportunidade. Sempre fui fã de Márcia Short e de Will Carvalho e pela primeira vez canto com elas”, comenta. “Essa é mais uma oportunidade de demonstrar o que podemos fazer”, completa Will Carvalho.
Sobre a continuidade do projeto, todas são unânimes em dizer que seria uma grande felicidade, mas sabem das dificuldades. “Sustentar uma carreira já é difícil, imagine dar continuidade a um show com sete mulheres. Precisaríamos de oportunidade e de patrocínio. Mas estamos abertas”, completa Will Carvalho.
A canção ‘Alegria da Cidade’, parceria de Lazzo Matumbi e de Jorge Portugal encerrou o show e como diz o refrão: “Apesar de tanto não, tanta marginalidade, somos nós a alegria da cidade”. O recado foi dado e bem ouvido! Confira as atrações do Carnaval do Pelourinho no site www.carnaval.ba.gov.br.
(Produção de Clécia Queiroz - Texto: Ingrid Campos - Foto: Paulo Munhoz)
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