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sábado, 8 de dezembro de 2012

MEC considera precário desempenho de instituições baianas

Carlos Joel Pereira da Abames
Das 108 instituições de ensino superior da Bahia, avaliadas pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 2011, do Ministério da Educação (MEC), 39 faculdades particulares obtiveram conceito 2, o equivalente a 36% do total (veja lista ao lado). Esse desempenho é considerado insuficiente pelo MEC, que avalia como razoável apenas as notas superiores a 3.

Entre as instituições baianas, as universidades públicas foram as que majoritariamente atingiram melhores notas. A Universidade Federal da Bahia (Ufba), Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e a Universidade Estadual Santa Cruz (Uesc) obtiveram nota 4. Apenas duas particulares conseguiram o mesmo resultado: a União Metropolitana de Educação e Cultura (Unime), em Lauro de Freitas, e Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, no município de Paripiranga. No Estado, nenhuma instituição de ensino obteve a nota máxima nem a nota mínima: o resultado entre as faculdades avaliadas variou entre 2 e 4.

As Estaduais - Universidade Estadual da Bahia (Uneb), Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (Uesb) e Universidade Federal de Feira de Santana (Uefs) - vêm logo em seguida, com nota 3. O Instituto Federal Baiano (Ifba), assim como a 37 faculdades particulares, também obteve o conceito 3. As particulares Universidade Jorge Amado (Unijorge), Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC) e Universidade Salvador (Unifacs) também alcançaram nota 3.

Três faculdades não obtiveram notas porque ainda não têm os cursos reconhecidos: Faculdade Santo Agostinho, Ipiaú; Faculdade Nossa Senhora de Lourdes, Porto Seguro; e Faculdade Cenecista, de Senhor do Bonfim. Outras 20 ficaram sem conceito.

Qualidade - Para o presidente da Associação Baiana de Mantenedoras do Ensino Superior (Abames), Carlos Joel Pereira, o Enade não é a melhor forma para avaliar a qualidade das instituições. "A prova do Enade é subjetiva. Além disso, esse exame é feito por estudantes, e muitos deles não têm o menor comprometimento com a prova. Muitos, apenas assinam o nome e entregam a prova sem ler", afirmou.

Para Joel, os estudantes que procuram uma faculdade não devem utilizar o Enade como critério de escolha. "As notas de avaliação do MEC, sim, são importantes, pois são dadas a partir de uma visita in loco, na qual é possível avaliar de forma completa".

Na opinião do especialista em educação, Basilon Carvalho, o baixo rendimento das instituições particulares se deve, principalmente, a forma como o ensino é passado dentro da sala de aula. "As faculdades particulares estão cada vez mais técnicas. É preciso oferecer ao aluno um olhar crítico, pois é isso que o Enade avalia, a partir das questões abertas", afirmou.

Para Carvalho, problemas na educação básica também contribuem para que as faculdades particulares alcancem rendimento insatisfatório. "O acesso à faculdade particular é mais fácil. Em alguns casos, os alunos entram sem base e conhecimentos que deveriam ser adquiridos durante o ensino médio", disse.

Satisfação - O aluno do 8º semestre do curso de jornalismo da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Alexandre Wanderley, 27, afirma que está satisfeito com o curso. Para o estudante, que está prestes a se formar, o segredo do bom desempenho da instituição no Enade é o corpo docente, que ele considera como capacitado.

"Sabemos que a qualidade da estrutura física da Ufba varia de unidade para unidade. Considero como uma boa universidade, pois contamos com professores qualificados. Além disso, os alunos são bem preparados e estão engajados naquilo que fazem", opinou.
(A Tarde)

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