Era uma tarde de quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015, quando bons ventos levaram uma grande conquista para a Enseada Indústria Naval. O mais alto Goliath do Brasil, após dez meses de trabalho, foi totalmente erguido. O consórcio construtor responsável pela implantação do empreendimento concluiu, na quarta, uma das fases mais difíceis da montagem do pórtico mais importante da Enseada: o içamento da sua viga principal.
“Nessa nova etapa que vem pela frente vamos alinhar as partes (viga e pernas) e fazer os ajustes necessários para iniciarmos o processo de soldagem. Essa parte deve ser concluída em março, em dois turnos diários”, declarou o engenheiro da Odebrecht Jacques Raigorodsky, um dos líderes da equipe de Operações Especiais do consórcio construtor.
Para o gerente de Obras da Enseada, Marcus Vinícius, o empreendimento acaba de dar mais um grande passo rumo ao processo de construção dos navios-sonda. “O sucesso na conclusão do içamento da viga principal veio coroar uma operação que foi impecável, que se revelou desde o início como um grande exemplo de competência, determinação e superação”, pontuou o gerente.
A operação que içou a estrutura de cerca de 3 mil toneladas foi um sucesso graças ao planejamento dos técnicos e profissionais do consórcio, da multinacional Konecranes (fornecedora do Goliath) e da ALE, empresa especializada em movimentar cargas de grande porte ao redor do mundo. Ao todo, cerca de 300 profissionais de cinco nacionalidades diferentes participaram da montagem do superguindaste.
O Goliath adquirido pela Enseada é um guindaste com 150 metros de altura, 7.000 toneladas, 143 metros de vão entre as pernas e capacidade de içar até 1.800 toneladas de carga. Depois que receber toda a parte elétrica, o “gigante” deve ser submetido ao comissionamento (processo que vai assegurar que os sistemas e componentes estejam projetados, instalados e de acordo com as necessidades e requisitos operacionais do proprietário), que está previsto para acontecer no mês de abril.
O vento como desafio
Um dos maiores desafios enfrentados pelas equipes durante o içamento foi a mudança repentina do tempo, que aconteceu no quarto dia de operação, quando a viga já tinha percorrido verticalmente quase a metade do caminho. Bruno Scherr, técnico da empresa Tetra Tech, que é responsável no consórcio pelas análises, medições, previsão e acompanhamento do vento, comentou um pouco sobre a variação inesperada do tempo, fato ocorrido na última sexta-feira (20).
“Naquele dia, a estação meteorológica que fica no topo da perna fixa do Goliath, registrou ventos de 100 quilômetros por hora. Utilizamos dados da Infraero para fazer a análise histórica de ventos dos últimos dez anos na região, e não vimos nada que se parecesse com aquilo. Foi um momento de tensão para todos, mas os engenheiros conseguiram manter a estabilidade da estrutura”, disse Scherr.
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