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quarta-feira, 25 de junho de 2014

VALENÇA - “A coisa ficou preta” no colégio estadual Onildo Raimundo de Cristo‏, no Orobó...

O Colégio Estadual Onildo Raimundo de Cristo, construído pelo Governo da Bahia na comunidade do Orobó, está implantando o Projeto “A Coisa Ficou Preta”. Trata-se de um projeto pedagógico educacional inovador, desenvolvido pelo diretor da unidade de ensino, Lucas Santos Café, em parceria com o antropólogo Valdir Alves.

"O nome do projeto surgiu como enfrentamento a uma educação racista e elitista, e ao racismo brasileiro tendo como pedra angular a lei 10.638/03, que nasce como forma de reparação ao sistema educacional brasileiro, obrigando as escolas a trabalhar o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira", explica
Lucas.
O Colégio Estadual Onildo Raimundo de Cristo, construído pelo Governo da Bahia na comunidade do Orobó, está implantando o Projeto “A Coisa Ficou Preta”. Trata-se de um projeto pedagógico educacional inovador, desenvolvido pelo diretor da unidade de ensino, Lucas Santos Café, em parceria com o antropólogo Valdir Alves.

"O nome do projeto surgiu como enfrentamento a uma educação racista e elitista, e ao racismo brasileiro tendo como pedra angular a lei 10.638/03, que nasce como forma de reparação ao sistema educacional brasileiro, obrigando as escolas a trabalhar o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira", explica Lucas.

A coisa ficou preta é uma ressignificação de um jargão racista, que afirma que quando uma coisa fica “preta”, é porque ela ficou ruim. Neste caso da escola do Orobó, toda vez que a coisa ficar preta, será sinônimo de produção de conhecimento e formação de consciência política para os estudantes da zona rural.

O projeto foi desenvolvido com o objetivo de ser executado em qualquer escola da rede pública de ensino das cidades localizadas no Recôncavo e Baixo Sul da Bahia, sejam elas federal, estadual ou municipal. O trabalho foi projetado para ter uma duração de oito meses, sendo desenvolvido por alunos que cursam o Ensino Médio e os Eixos VI e VII da Educação de Jovens e Adultos, dentro de uma perspectiva multidisciplinar. As disciplinas e áreas envolvidas na empreitada são aquelas que, de alguma forma, se adequaram à proposta apresentada a partir dos conteúdos e temas selecionados para serem trabalhados.

A principal meta do Projeto “A Coisa Ficou Preta” é possibilitar que estudantes pretos e pardos, possam construir uma identidade negra, uma formação crítica que lhes possibilitem valorizar a cultura afro-brasileira, além de possibilitar aos estudantes uma formação escolar múltipla, que possibilite a esses estudantes uma formação educacional social e política.

De acordo com o diretor do colégio, o historiador Lucas Café, “o Projeto foi criado a partir das indagações e problemáticas trazidas pelos próprios alunos, que quando perguntados sobre a possibilidade de realizar um trabalho diferente, que envolvesse principalmente as disciplinas da área de humanas e o uso de linguagens alternativas, com objetivos diferentes dos tradicionais, mostraram interesse e apontaram temáticas que gostariam de discutir, que envolviam questões sociais atuais, ligadas à questões históricas, que precisam ser discutidas de uma maneira mais profunda”.

As atividades do Projeto “A Coisa Ficou Preta” foram divididas em três eixos, sendo que os dois primeiros foram pensados para serem desenvolvidas no Colégio Estadual Onildo Raimundo de Cristo, abarcando toda comunidade escolar da instituição. As atividades relacionadas ao último eixo estão voltadas para todas as escolas públicas da cidade Valença, utilizando como espaço, o Centro de Cultura Olívia Barradas.

"Tudo que acontece nessa escola do Orobó ou nas outras que esse governo construiu na zona rural de Valença já me emociona naturalmente. Enfrentar o racismo desconstruindo o bordão preconceituoso e realizar um projeto com essa profundidade foi uma grande sacada; me empolga, me deixa feliz e me dá a certeza que a escola do Orobó cumpre o seu papel naquela região de abrir os caminhos do conhecimento e emancipar o nosso povo que vem experimentando um novo momento em sua história com uma Educação de qualidade, onde há pouco tempo somente sonhávamos com tudo isso e hoje é realidade. Parabéns ao diretor Lucas Café e a toda a equipe de funcionários e professores do colégio Onildo. É um orgulho pra mim tudo o que essa comunidade está vivendo com a escola. É um legado, um sonho realizado. É o que eu sempre digo: O Orobó nunca mais será o mesmo!", comemora a professor Flor Andrade - diretora da DIREC-05.

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