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terça-feira, 11 de junho de 2013

Índios ocupam sede da Funai em Brasília

Eles querem ter poder de veto nas consultas para implantação de usinas hidrelétricas na região do Rio Tapajós

Mundurucu, xipaia, arara e caiapó ocupam a sede da Funai
Um grupo de 145 índios das etnias mundurucu, xipaia, arara e caiapó ocuparam nesta segunda-feira, 10, a sede da Funai (Fundação Nacional do Índio), em Brasília, em protesto contra a falta de diálogo com o governo federal.

Os índios querem ter poder de veto nas consultas prévias para a implantação de usinas hidrelétricas na região do Rio Tapajós.

A ocupação do prédio da Funai acontece no primeiro dia útil após o pedido de exoneração da presidente da fundação, Marta Maria do Amaral Azevedo, por motivo de saúde. "Os funcionários da Funai estão sendo orientados a deixar o prédio e amanhã não serão autorizados a entrar", afirmou a liderança indígena Valdemir Mundurucu.

Uma reunião entre os índios e o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, marcada para às 10 horas da manhã desta segunda-feira não aconteceu e os dois lados têm duas versões para justificar a sua não realização.

Os índios afirmam que não aceitaram a condição imposta pelo governo de formar uma comissão de dez representantes para a reunião em que discutiriam sobre as hidrelétricas. Além disso, dizem que foram recebidos por cerca de 10 homens do exército e 20 da Polícia Militar. "Dissemos que se quisesse conversar com todos, tudo bem, porque queremos que ouçam o que o secretário tem a dizer, avaliem e opinem. Mas o governo quer nos dividir, nos ameaçar. ", disse Mundurucu.

A secretaria-geral da Presidência afirmou, em nota, que as lideranças indígenas "se recusaram a participar da reunião, limitando-se a protocolar um documento na Presidência da República". No texto, Carvalho "lamenta a perda desta oportunidade de diálogo e reafirma sua disposição em continuar a negociação com vistas a realizar um amplo processo de consulta prévia sobre os empreendimentos hidrelétricos na região da bacia do rio Tapajós".
(Estadão)

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