quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Plano VIVER SEM DROGAS investe na reinserção social de dependentes

O jovem Aécio Correia de Souza, 20 anos, teve a curiosidade de usar maconha ainda aos 14 anos de idade. “Presenciei vários colegas usando e achei que não tinha nada demais fazer o mesmo”. Entretanto, o que no início era apenas para experimentar, tornou-se um vício e Aécio passou a usar drogas mais pesadas, como cocaína e crack.

Para sustentar o consumo diário das drogas, o jovem começou a roubar e se envolveu com o tráfico. Hoje, recuperado, Aécio faz questão de contar sua experiência e de como se livrou do vício. “Foram momentos difíceis para mim e minha família. Eu não conseguia enxergar que estava no fundo do poço. Fiz meus pais e irmãos sofrerem. Mas, graças a Deus, tive coragem em dar o primeiro passo e busquei um centro de recuperação. Foi a partir daí que voltei a ter dignidade”, enfatizou.

Assim como Aécio Souza, muitos adolescentes e jovens são usuários de algum tipo de droga ou entorpecente. Preocupado com recuperação dos dependentes, o Governo da Bahia lançou nesta quarta-feira (11), no Centro de Convenções, em Salvador, o Plano Viver sem Drogas, que define políticas de prevenção ao uso de drogas.

“Esse é mais um passo ao enfrentamento ao uso das drogas. Vamos trabalhar em três frentes: prevenção, conscientização e na reinserção social. Esse é um problema social grave que afeta famílias e municípios. Por isso, estamos dando o primeiro passo para o enfrentamento às drogas”, afirmou o governador Jaques Wagner.

Pacto pela Vida
A ação integra o programa Pacto pela Vida e contará com investimentos de R$ 42 milhões. A coordenação do Plano, que vai contemplar os municípios com maior índice de crimes violentos, ficará a cargo da Superintendência de Prevenção e Acolhimento aos Usuários de Drogas e Apoio Familiar (Suprad), criada pelo Governo do Estado em maio de 2011 e vinculada à Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH).

Segundo o secretário Almiro Sena, coordenador do programa, o Plano está dividido em quatro eixos. O primeiro é a ampliação da rede do Sistema Único de Saúde (SUS), para enfrentamento ao abuso de crack e outras drogas, com o aporte de recursos do governo estadual, e parceria com a Sesab, no co-financiamento junto aos municípios, no funcionamento dos Centros de Atendimento Psicossoial (CAPs).

O segundo eixo são as comunidades terapêuticas, que também terão os recursos ampliados a fim de aumentar as vagas para atender aos usuários de crack e outras drogas. O terceiro é a integração e qualificação das redes de assistência social, ensino público estadual, segurança pública e justiça, para a prevenção e reinserção social de usuários, com ações nas áreas de Comunicação, Educação, Esporte e Cultura, e em parceria com a sociedade civil, complementar ao SUS e ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

Por último, o apoio aos familiares que convivem com esta realidade também é um dos principais objetivos da iniciativa. Para isso, será priorizada a criação de uma rede de atendimento para atuar de forma mais sistematizada no acolhimento, tratamento e reinserção de usuários.

Acolhimento
O Plano, elaborado sob a coordenação da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), é resultado de estudos da Câmara Intersetorial de Enfrentamento às Drogas do programa Pacto pela Vida, e contou com a parceria de secretarias estaduais e de órgãos do poder público, que passaram a atuar na proposição de estratégias de prevenção ao problema das drogas.

Entre as secretarias parceiras, está a de Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza (Sedes), que prevê a atuação conjunta com instituições de acolhimento, a fim de retirar das ruas usuários de crack, encaminhando-os para centros de reintegração. Segundo o secretário Carlos Brasileiro, essa ação vai ocorrer por meio do programa ‘Bahia Acolhe’, que beneficiará jovens em cerca de 20 cidades do interior baiano.

As instituições que atuam na prevenção e tratamento de usuários de crack e outras drogas serão mapeadas com o intuito de identificar as práticas institucionais, investir em qualificação nas organizações e favorecer uma cultura de atuação em rede. Está previsto ainda o co-financiamento e monitoramento de projetos das comunidades terapêuticas.

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