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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Evasão escolar é desafio para as faculdades...

O percentual de jovens entre 17 e 22 anos que sai do ensino médio e entra logo no mercado de trabalho aumentou muito nos últimos anos. Estes dados são da pesquisa realizada pelo Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).

A análise, que utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, aponta que, em 2003, 50,1% dos jovens nessa faixa etária não ingressaram no ensino superior, já em 2011 esse número saltou para 57,9%.

Para o professor Nildon Pitombo, coordenador de desenvolvimento do ensino superior da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, esse quadro se deve essencialmente a duas questões: carência de cursos superior de curta duração, como os bacharelados interdisciplinares e tecnólogos e o aumento de programas como educação profissional, que insere de imediato o estudante no mercado de trabalho.

Bolsa
"Os alunos de baixa renda precisam ingressar logo no mercado de trabalho, para manter o sustento, e acabam adiando ou suspendendo a entrada na universidade. Por isso que governo lançou o Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), para evitar esse problema, inclusive diminuir a evasão", afirma Pitombo.

Segundo ele, com o Pnaes, o estudante de baixa renda recebe uma bolsa de R$ 400 para manter os estudos em instituições federais. Já para a população indígena e quilombolas o valor é dobro, ou seja, R$ 800.

Como o problema da evasão no ensino superior é basicamente o financeiro, essas bolsas ajudam a diminuir o número de jovens fora do ensino, mas tem outro fator, como o acompanhamento acadêmico, que também contribui para essa realidade.

Conforme o diretor da Unime, Kleber Fernandez, os índice de reprovação nos primeiros semestres de curso são altos. "Existe uma deficiência de base na educação pública, principalmente nas matérias de língua portuguesa e interpretação de texto, matemática e biologia, com isso o aluno não acompanha e acaba desistindo, mas estamos dando aulas de reforço para evitar essa evasão".

Mas há quem ingresse no ensino superior e começa a trabalhar ganhando bons salários e acaba desistindo no meio do caminho, por acomodação ou cansaço.

Nesse caso, a supervisora de suporte ao aluno da faculdade Área1 diz que se trata de um "grande erro", já que atualmente a graduação já não é nem diferencial para o sucesso na carreira.

"A graduação é requisito básico. O que antes era um diferencial, hoje é necessário, por isso que o abandono das atividades escolares só traz prejuízos", constata ela.

Esse detrimento da vida acadêmica em função do imediatismo financeiro causa diversos sentimentos no profissional, inclusive a frustração, muito presente em quem se percebe estagnado.

Sentimentos ambivalentes
Segundo a coordenadora do curso de psicologia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Mônica Daltro, o abandono da vida acadêmica gera sentimentos ambivalentes, a exemplo de frustrações, alívio e sofrimento.

"O estudante se sente aliviado por causa dos custos, mas ao mesmo tempo se frustra por não ter continuado. Mas o melhor é se arriscar, ainda mais que hoje existem as políticas públicas que ajudam a dar continuidade a uma boa formação", diz.

Por isso que Magno Machado Almeida, aluno do 5º Semestre de administração da Unime voltou atrás da decisão de abandonar o curso. "Estava difícil conciliar a jornada de trabalho com estudo, mas resolvi apostar na capacitação para na frente ter melhores salários", disse.
(A Tarde)

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