quinta-feira, 13 de junho de 2013

Irene Dóres: NÃO à GUERRA URBANA, SIM ao AMOR e à PAZ

A violência urbana nos dias atuais tem matado tanto quanto as guerras de conquistas realizadas desde a antiguidade antes de Cristo, e tem deixado a população do presente em estado de horror e sem ter a quem recorrer. Se pararmos para pensar da forma mais cristã possível, diremos que na antiguidade a falta de evangelização fazia com que as pessoas se digladiassem, buscando sempre a conquista de terras e de ouro. E nesse pensamento, quanto mais se conquistava mais aumentava o desejo do conquistador a “ganhar” mais e por isso as vidas humanas tinham um valor muito irrisório.

No nosso tempo, esse em que vivemos, não há lutas para garantir riquezas, existe evangelização e muitas instituições que trabalham evocando a lei do amor. Todavia, mesmo com toda conscientização a guerra urbana está instaurada, não são os conquistadores que matam em busca de patrimônio, são os desrespeitadores do direito à vida e por motivos fúteis e covardes. A desumanidade dos fora da lei ceifa vidas de pais de famílias por puro capricho, torna órfãos crianças que tinham nos seus pais o exemplo de solidariedade, amor e fraternidade. Deixam viúvas mulheres que sonhavam criar seus filhos ao lado e com a participação do pai cuidadoso e amoroso.

Quem são esses matadores, o que eles almejam com tais crimes, o que levam de lucro já que toda guerra tem uma conquista? É simples, eles não ganham nada, apenas tiram a vida de uma pessoa honesta, ora por par de tênis, ora por uma jóia, matam por um celular, por R$20,00(vinte reais); matam por que a vítima não possui nada para ser levado; matam pelo, prazer de matar. Quem são eles? Pessoas de nossa sociedade, que nasceram em famílias de bem, mas não são espíritos do bem. São pessoas inclinadas para o mal e não conseguem enxergar o caminho do bem.

A sociedade de forma geral costuma colocar a culpa de tudo que acontece de ruim no Estado de forma generalizada, inclusive o comportamento doentio dos desajustados sociais. Não é comum se pensar que antes de ser membro de uma sociedade administrada pelo Estado, uma pessoa possui personalidade, caráter, que o ser humano é individual e já nasce com pré-disposição para tudo o quem acontece em sua vida, a começar pelos problemas de saúde até os modos de agir em sociedade. Nesse contexto a tendência para seguir com os valores do bem ou ingressar no mundo do crime é intrínseco à personalidade, esta tendência vai fazer com que ele se enverede pelo caminho errado e contraia muitas dívidas com o universo.

Olhando pelo lado da humanidade pregada no evangelho como meio conhecimento da lei de Deus, não dá para aceitar que uma pessoa ao errar o caminho e entrar em determinada rua por engano, precise pagar com a vida por aquele desvio. Não dá para conceber que um fora da lei retorne para se vingar de alguém por que foi punido por um crime que ele havia cometido contra sua vítima, não dá para entender que uma pessoa incinere outra viva, porque não possuía a importância em dinheiro que ela desejava, também não dá para “engolir” que uma pessoa que está apta a escolher os governantes e representantes para ocupar um num lugar tão importante quanto às câmaras em todas as suas instâncias não possam ser punida pelos crimes que comete todos os dias porque ainda não completou 18 anos.

A violência urbana praticada diuturnamente contra pessoas de bem é antes de tudo o reflexo do estigma criado pela sociedade de que pobre não pode chegar a uma posição mais elevada. Esse tipo de discriminação funcionou como amuleto de apoio ao pobre de conduta duvidosa que se aproveita dos rótulos que lhe são imputados para se perpetuarem na criminalidade ou na falta de vontade de se tornar uma pessoa melhor.

A criminalidade entre os menores, por exemplo, é tão grande que já se tornou negócio. Quando um adulto comete um crime coloca o menor para assumir para garantir a impunidade. O menor por sua vez comete crimes horríveis e continua passeando pelas ruas à luz do dia, como se nada houvesse acontecido e mantendo em perigo as pessoas de bem. Esse mesmo jovem é o eleitor que coloca no poder pessoas sem preparo e sem caráter para representar toda população na esfera municipal, estadual e federal. E aí companheiros, o que é que nós podemos esperar de um Estado desse?

Não se pode negar que os axiomas sobre relação Estado/sociedade, infelizmente sejam verdadeiros quando se trata do aparelhamento para garantir a segurança e o bem estar social. Nesse sentido os principais inibidores das ações marginais, que são as leis, são fracos e ineficientes, pessoas que cometem crimes hediondos como foi o caso do goleiro Bruno, pegam apenas 22 anos de prisão, isso parece piada, mas é a realidade mostrando à sociedade que a impunidade é prêmio, a condenação de um criminoso é pró-forma. A legislação de certa forma colabora para o crescimento do crime. Se no Brasil o tempo prisional fosse de pelo menos 50 anos e menores pudessem ir para a cadeia, certamente a criminalidade existiria, mas em número menor. Certamente as pessoas de bem teriam mais chances de viver por mais tempo. 

Para além da legislação existe outro problema que é o contingente de policiais que está aquém da necessidade dos municípios. Nesse ponto o Estado realmente precisa melhorar muito para garantir a punibilidade aos criminosos e a segurança dos cidadãos. Pois enquanto houver pouco policiamento, poucas viaturas e leis brandas haverá perigo de andar nas ruas e as residências permanecerão como prisões para seus moradores. Enquanto isso nos resta enquanto pessoas de bem, orar, pedir a Deus em corrente que proteja nossa cidade, para afastar as energias do mal que pairam sobre ela. Orar para que Deus nos abençoe nos dê a paz e nos livre do mal.
(www.irenedoris.blogspot.com - crônicas, textos de teatro para escola e biografia da atriz)

Nenhum comentário:

Postar um comentário