Com um discurso para lá de firme, a senadora criticou pela primeira vez o projeto ao qual fazia parte e de forma clara garantiu que por este motivo não vai adotar um discurso auxiliar ao Partido dos Trabalhadores durante a campanha. Para ela, “o modelo de gestão de Wagner se esgotou e as pessoas não querem um retorno ao passado”. A mudança do tom se deu após a crítica ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), publicada no site oficial do PT.
Num claro recado, ela disparou que: “O modelo de gestão se esgota num determinado momento e é preciso construir novo e isso não aconntece apontando o dedo. Felizmente, a cabeça do eleitor está mudando muito e quer alguém que apresente coisas que ele possa acreditar e eu acredito nisso”.
Mais além, disse que sempre teve independência como liderança política na cidade e no estado e que nunca foi PT.
“Eu fui prefeita de Salvador e o PT me apoiou pela metade, se dividiu na época e uma parte apoiou com apoio crítico, rompeu comigo dentro do governo, teve uma candidatura que bateu na minha gestão mais do que a candidatura do PFL, à época”, disse em entrevista a Rádio Metrópole.
“Me aliei ao PT para acabar com a hegemonia do carlismo no nosso estado e isso passou. Agora nós temos novos desafios, como a construção de uma Bahia moderna, desenvolvida”.
Estratégias já estão sendo montadas
Lídice da Mata destaca como prioridade do seu projeto a renovação no setor de segurança pública, classificada por ela como o maior problema do atual governo. “É preciso modernizar o sistema prisional do Brasil. Não há nenhuma possibilidade de recuperação de presos quando se misturam diversos tipos de crimes numa mesma cela, e para isso eu contarei com a ajuda da minha nova correligionária, que é candidata ao Senado na minha chapa, Eliana Calmon”.
Com pouco tempo de TV, a pré-candidata ao governo da Bahia, Lídice da Mata (PSB), afirma que vai apostar mais no rádio e nas redes sociais. Ela também disse que irá se aliar a partidos menores para aumentar o tempo. “Temos três minutos e pouco. Não é grande, mas dá pra fazer um programinha. Também pretendemos ampliá-lo um pouco mais. Por outro lado, TV é importante, mas não pode ser transformado em tudo. Se você percorrer o interior do estado, a maioria das casas tem antena parabólica, não pega a TV local. Nesse contexto que entra o rádio. O rádio é instrumento tão importante quanto. E as redes sociais também terão um papel muito especial de ampliação do debate, porque permitem uma participação interativa do eleitor”, disse.
Voltando a falar sobre política e sem esconder a mágoa com o PT, afirmou ainda que pretende conseguir mais votos junto aos segmentos da sociedade desiludidos com a administração do governador Jaques Wagner. “Creio que temos espaço para um terceiro campo na política baiana. Nós já temos oito anos de governo e isso traz um desgaste natural, por uma série de construções que se fez no imaginário popular. Este é um eleitorado que está aí para ser conquistado”, analisou. Sobre as críticas a Campos, foi taxativa. “Não acreditei que o PT pudesse patrocinar uma coisa daquele tipo. Aquilo foi lamentável, descabido e contraditório, mesmo Eduardo ajudando e fazendo parte do governo da presidente Dilma por tanto tempo”.
Por fim, criticou também a tentativa de polarização entre o PT e PSDB nas eleições de 2014. “O Brasil não é dividido entre PT e PSDB. Essa é uma divisão paulista, e esse conceito paulista de dominação do quadro brasileiro em que sempre se planeja uma eleição plebiscitária e ela não acontece há algum tempo. Lula foi para o segundo turno e Dilma também. Nada indica que não tenha um segundo turno também agora”, concluiu.
(Tribuna da Bahia)
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