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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

PALAVRAS de IRENE DÓRES: Crônica de Natal...

É dezembro, mais um ano chegando ao fim e a história se repete de forma cíclica com a chegada do Natal. Nessa época as relações sociais vão se modificando de repente e, como uma grande mágica as pessoas que se digladiaram durante todo ano, passam a se perceber como grandes amigas. Há ambientes que elas mal se falam durante os trezentos e cinquenta e nove dias, fazem de tudo para jogar seus companheiros na lama, mas, com a chegada do Natal, até se tornam “anjos” uns dos outros, e durante um mês parecem melhores amigos, doam presentinhos, mensagens e fazem uma grande festa para festejar a amizade de fachada, mas quando chega 1º de janeiro as máscaras caem e a situação volta ao “status quo”. As coisas voltam ao normal e a vida continua...

Então, como num grande milagre, o comportamento da sociedade, de forma geral, se modifica e tudo gira em torno do “Feliz Natal e Próspero Ano Novo”. É o espírito natalino que se apodera de todos, abraços, reuniões, muita comida e bebidas (para quem bebe) e o inimigo declarado se torna “amigo secreto”. Que legal todos se amando, como Jesus ensinou, para oito dias depois... começar tudo de novo em qualquer lugar, e aquele amor manifestado durante uma semana onde vai se parar? Volta a dormir para aguardar o próximo dezembro.

Mas o Natal é apenas manifestações de amor instantâneas? É claro que não. O Natal é o pretexto perfeito para se gastar mais, as pessoas enlouquecem, de repente precisam de roupas, sapatos, móveis, eletrodomésticos, perfumes, maquiagens, brinquedos para as crianças e os comerciantes investem nas novidades, vendem de tudo, parcelam em dez vezes e o assalariado vai lá, deixa o seu décimo e compromete o ganho de mais oito meses pelo menos. Termina o ano contraindo dívida para terminar quando chegar perto do próximo Natal e já se preparar para comprar tudo outra vez... ôôô lá lá, agora é que são elas!

Mas a proposta social do Natal é essa, comprar, reunir, trocar presentes e estar bem vestido para receber Papai Noel. A criançada faz pedidos difíceis de ser resolvidos, já pensou uma criança carente pedindo ao Papai Noel uma bicicleta? Corre o risco de não receber, mas e aí, como é que fica o psicológico dessa criança? Vai pensar que o bom velhinho não é tão bom assim, porque o seu vizinho de melhor condição financeira recebeu a bicicleta que foi o seu pedido.

Ah, o Natal. O Natal do shopping, das ruas, das famílias de boas condições e o Natal dos pobres. Para cada situação o Natal é completamente diferente quando se trata de poder aquisitivo, mas em se tratando de amor, não aquele amor preparado para oito dias, mas o amor que Jesus Cristo pregou, nesse caso o Natal deve ser igual para todos, assim como todos os dias do ano. Se o Natal simboliza o amor, este amor precisa ser praticado todos os dias, para com todas as pessoas. O amor ao próximo precisa estar vigente todos os dias, nas formas mais simples possíveis. No ato de dizer bom dia, de prestar esclarecimentos a quem não os tem, de se colocar no lugar do outro na hora de tomar uma decisão, de não se sentir superior a outrem por que tem um nível avançado de conhecimento ou uma posição de poder na sociedade.

Renato Russo disse sabiamente “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã” e Jesus nos ensinou a fazer o bem sem olhar a quem, a fazer o bem sem esperar recompensa, por isso queridos leitores, depois de ficar sem escrever por cerca de quinze dias, por não poder manusear uma caneta, só posso esperar e desejar que sejamos todos felizes em 2014, que consigamos realmente alcançar os nossos desejos e que acima de tudo façamos o bem, desejando sempre que os nossos inimigos estejam bem e que Jesus os ilumine para que eles possam se tornar melhores.

Que Jesus nos abençoe a todos, e nos dê muita saúde e paz em 2014, um beijo no coração e FELIZ ANO NOVO!

(irenedoris.blogspot.com - crônicas, textos de teatro para escola e biografia da atriz)

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