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terça-feira, 3 de setembro de 2013

VALORIZAÇÃO do dólar beneficia os produtores de CACAU da Bahia...

Alta representa um alívio importante para o setor cacaueiro Foto: José Souza
Com a alta do dólar e o aumento da cotação do produto na bolsa de valores de Nova Iorque, o preço do cacau subiu 38% desde o final de julho.

A commodity, que começou o ano valendo R$ 63 a arroba, alcançou na sexta-feira passada R$ 87. Na semana retrasada, atingiu o valor de R$ 93. A última vez em que isso ocorreu foi em 2011.

Essa alta representa um alívio importante para o setor cacaueiro, mas não teve o efeito positivo que poderia caso a cultura não tivesse passado por maus momentos em 2012. Nesse período, a arroba chegou a ser vendida a R$ 56 e os produtores ficaram com boa parte da safra - a maior dos últimos dez anos - estocada devido a grande importação de cacau proveniente da África.

Descapitalizados, os cacauicultores investiram menos nas lavouras, o que se repercutiu na produção deste ano. Enquanto a safra 2012/2013, na Bahia, rendeu 180,5 mil toneladas de amêndoas de cacau, a 2013/2014 deve atingir no máximo 150 mil, segundo estimativa da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac). Em alguns casos, a falta de chuvas também colaborou para essa queda de produtividade.

Perspectivas
Para o analista de mercado Thomas Hartmann, um dos efeitos positivos dessa valorização é o provável incentivo aos cuidados com a lavoura.

Quanto ao mercado, os especialistas são unânimes em afirmar que é difícil traçar um cenário futuro para o preço da commodity, pois é comum haver especulação. Há, porém, fatores que sinalizam a manutenção desse bom patamar.

Um deles é o início da recuperação da economia americana, o que implica na valorização do dólar. Além disso, o país é um grande consumidor de chocolate.

A África, continente de onde sai 72% do cacau usado no mundo, é outro fator. Devido a seca que assola o continente, o estoque deve ficar menor.

De qualquer modo, os produtores estão mais tranquilos desde que o cacau ingressou na Política de Preço Mínimo do governo federal, que estabeleceu, em julho, o valor de R$ 75 para a arroba.

Por outro lado, defendem que, para cobrir os custos de produção, o ideal é que chegasse a R$ 85. "Com o novo salário mínimo, vai ficar difícil pagar a mão de obra", diz o secretário-executivo da Câmara Setorial do Cacau, Isidoro Gesteira.
(A Tarde)

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