A reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff fará a partir da semana que vem com a transferência de Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) para a Educação vai se resumir a cinco mudanças pontuais. A configuração política da Esplanada dos Ministérios e a chave do cofre serão mantidos tais como estão para evitar desconfianças no mercado e desequilíbrio na aliança de sustentação ao governo. Guido Mantega, da Fazenda, fica onde está. Além da saída de Fernando Haddad da Educação, para disputar a Prefeitura de São Paulo, a presidente vai trocar o comando das Cidades, sem tirá-lo do PP, devolver o Trabalho ao PDT e substituir Irany Lopes (Secretaria das Mulheres), que deixa a Pasta para concorrer à Prefeitura de Vitória. “Farei apenas um ajuste na equipe. Reforma só existe na cabeça da imprensa”, afirmou a presidente ontem (17) a interlocutores.
Entretanto, fontes palacianas afirmam que o ex-presidente Lula sugeriu a Dilma Rousseff que nomeie o senador petista Paulo Paim (RS) para o Ministério da Igualdade Racial. A indicação de Paim, que é negro, foi feita na semana passada, quando Lula e Dilma discutiram em São Paulo os detalhes da reforma no primeiro escalão. A opção é vista com ressalvas, já que o senador foi motivo de dor de cabeça para o Planalto ao defender no passado reajustes maiores para o salário mínimo e para o benefício dos aposentados.
Para Lula, essa é justamente uma das razões para levá-lo à Esplanada: eliminar do Senado um foco de pressão por aumento dos gastos. Além disso, ele avalia que Paim daria mais visibilidade à secretaria. Dilma, porém, ainda não encerrou as buscas para o lugar da ministra Luiza Bairros.
(Estadão e Folha)
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