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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Maximiana: expoente da resistência ao sistema escravagista no fundo das Doze Léguas, em Ituberá...

Este foi o tema da mesa de diálogo, realizada em 31 de março, na Câmara de Vereadores de Ituberá, organizada pela prefeitura, através da secretaria da Cultura, Comunicação e Eventos. A mesa foi coordenada por Josenildo Normandia - Superintendente da Cultura -, e conduzida pelo historiador Egnaldo Rocha, que retratou a história da resistência negra no Baixo Sul da Bahia, através da negra Maximiana, que viveu em Ituberá (Santarém) e enfrentou o sistema escravagista, em busca de sua liberdade.

Essa ação faz parte do projeto de resgate e valorização da memória histórica da Negra Maximiana e entre seus desdobramentos está a produção de um livro, que retratará a história de luta, resistência e determinação desta mulher e será usado nos projetos de leitura nas escolas do município, em parceria com as Secretarias da Educação e do Desenvolvimento Social, Esporte e Juventude.

Diversas entidades do município estiveram presentes neste diálogo, entre elas: COMDIM (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Ituberá), Coletivo de Mulheres Soul Negra, CUI (Coletivo Universitário Ituberaense) e o Terreiro Ile Axé Dan Oloaer, além dos vereadores Ronaldo Teixeira, Zé Eduardo e Bispo da Colônia; da Secretária da Cultura, Comunicação e Eventos, Francis Menezes, e demais Assessores, Coordenadores e colaboradores da Gestão.

Conheça um pouco mais da resistente história de Maximiana
Maximiana, descrita na documentação histórica como sendo “Cabra” (filha de negro com mulata), escravizada de uma banda, 38 anos; filha de Manoel Hilario e Lusia; mãe de quatro filhos – Luisa, 19 anos; Ziferino, 13 anos; Bonifacio, 12 anos e José, 10 anos –, todos empregados no “serviço da lavoura”; moradora na então Vila Velha, povoação da Vila de Santarém, atual Ituberá, e mantinha roças de viveres nas imediações da Cachoeira Grande.

Em 1875, Maximiana desafia toda uma sociedade racista, sexista e escravocrata e rompe os muros da segregação e chega as barbas da Justiça, onde inicia uma Ação Judicial, que a época era conhecida como Ação de Liberdade, contra o seu ex senhor Antonio Felix D’Oliveira e aquele que alegava ser o possuidor de sua banda ainda cativa, João Emigdio. Nessa Ação de Liberdade, Maximiana buscou provar por meios de documentos e testemunhas que tinha direito a sua inteira liberdade, e por esse fim protagonizou uma história de luta e resistência que simboliza a grandeza e a importância das mulheres negras na luta contra a opressão.

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