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quinta-feira, 24 de abril de 2014

CONCURSEIROS passam a estudar pela internet cada vez mais; saiba como funciona...

Hora para entrar e hora para sair, frio ou calor, quadro e cadeira desconfortáveis. Esse cenário típico de sala de aula é coisa do passado. Pelo menos para os concurseiros adeptos da tecnologia, que estão preferindo os cursinhos preparatórios on-line ao presencial.


Pesquisa realizada pelo Aprova Concursos, empresa que oferece cursos para seleções públicas via internet, revelou que a videoaula é o principal método de estudo dos mais de 6 mil entrevistados no Brasil, escolhido por 42% deles. Talvez isso justifique a quantidade de empresas que oferecem esse tipo de serviço no país hoje em dia.

O diretor do Aprova Concursos, Bruno Branco, conta que essa modalidade de aprendizado, mais conhecida com Ensino a Distância (EaD), é relativamente nova e começou a ganhar força há quatro anos. “Até 2006, era preciso uma hora, no mínimo, para baixar um vídeo de dois minutos. Hoje, com a banda larga, a realidade é outra”.

Ele revela que a empresa paulista entrou no mercado em 2010, oferecendo apenas quatro cursos. “Hoje, temos mais de 15 mil. Isso porque a gente só trabalha com concursos em municípios com mais de 200 mil habitantes”, diz.

De acordo com Branco, os cursos on-line são mais focados na necessidade do aluno. “Na internet, o aluno pode consumir apenas os assuntos que precisa para a prova. Na modalidade presencial, além de não ser customizado, o candidato só dispõe de cursos para os grandes concursos”.

Outra vantagem do EaD, segundo ele, é a flexibilização dos horários e a economia de tempo, já que o aluno não precisa se deslocar até um determinado local, sujeito, inclusive, a pegar congestionamento. “Em concurso, a quantidade de disciplinas é o principal problema do aluno. Portanto, tempo é dinheiro. E, em geral, quem estuda mais tem mais chance de ser aprovado”, destaca o diretor. 

E foi pensando nessa comodidade que a dentista Cláudia Landa, de 41 anos, optou por fazer um cursinho on-line. “Para minha rotina, que envolve muito trabalho, essa é a melhor opção. Escolho as disciplinas que me interessam e estudo no conforto da minha casa”, afirma Cláudia, que busca no emprego público a estabilidade financeira necessária para trocar de área de atuação.
Cláudia, que já frequentou cursos para concurso presencial e telepresencial, afirma que a modalidade EaD exige muita disciplina, já que, em casa, há inúmeros fatores que possibilitam a dispersão. “Confesso que passei por um processo de adaptação. É preciso maturidade e consciência”, declara ela, que desembolsa, mensalmente, cerca de R$ 400 por um pacote anual, que inclui seis cursos voltados para concursos de Tribunal.

Para o juiz federal e professor William Douglas, especialista em concursos públicos, o ensino a distância é uma tendência, principalmente em razão do avanço tecnológico. “Também tem a falta de tempo dos concurseiros - que, em sua maioria, conciliam trabalho e estudo - e que não têm a possibilidade de ir ao curso em horários predefinidos”.
Ele diz que o curso on-line é uma ferramenta. “Não importa como o conhecimento chega ao aluno. A única possibilidade real dele não ser aprovado é não estudar ou estudar errado”, pondera. Segundo Douglas, a maior desvantagem dos cursos on-line é a falta de motivação que essas aulas possibilitam. “Quando o curso não é em tempo real, a falta do feedback imediato do professor é ruim, mas não é algo insuperável”, afirma.

Dados da IOB Concursos comprovam que a metodologia é coadjuvante e o que importa é o estudo e a dedicação. “Em geral, nosso índice de aprovação em concursos varia entre 65% e 68%. Para a prova da OAB, chega a 73%”, garante o diretor acadêmico da instituição, que também oferta esse tipo de serviço na internet, Leonardo Pereira.

Ele diz que a empresa dispõe de uma plataforma de ensino diferenciada dos concorrentes, com vídeoaulas de, no máximo, 15 minutos. “A gente hierarquiza e sumariza o conteúdo para que o candidato veja aquilo que realmente interessa de forma objetiva e dinâmica”. 

Metodologia
Em geral, os cursos on-line para concurso oferecem ao candidato (assinante) vídeos com aulas atualizadas e focadas em um determinado assunto ou edital, além de material de apoio, como livros, apostilas e exercícios, e um canal direto para esclarecer as possíveis dúvidas.

O diretor acadêmico da IOB Concursos, Leonardo Pereira, explica que a duração varia de um mês a um ano, a depender do curso. Já os preços costumam ser um pouco mais baratos quando comparados com a modalidade presencial. “Temos cursos de R$ 30 a R$ 900. O preço depende do volume de horas, da quantidade de disciplina e do tempo que o candidato utilizará a plataforma”.

A maioria dos candidatos que opta pela comodidade dessa modalidade é, segundo Pereira, do sexo feminino. Ele revela que, na IOB, os alunos têm entre 21 e 35 anos, sendo que 60% têm uma ocupação profissional e 70% vieram de cursinhos telepresenciais.

‘Essa modalidade funciona melhor com alunos adultos’, diz professor
Para entender um pouco mais sobre essa modalidade de ensino que vem ganhando espaço entre os aspirantes ao serviço público, o CORREIO conversou com o superintendente de Educação a Distância da Ufba, Paulo Penteado Filho, para saber qual a sua opinião sobre o assunto.

A modalidade de ensino a distância funciona?
A EaD funciona, sim. No entanto, assim como nos cursos presenciais, os cursos a distância variam em termos de qualidade e efetividade. 

Ela pode ser usada para qualquer tipo de ensino e por qualquer tipo de aluno?
Em geral, considera-se que a educação a distância funciona melhor com estudantes adultos e com maior maturidade, que tendem a ser capazes de maior autodisciplina. Por outro lado, pessoas mais jovens tendem a ter maior facilidade nas interações mediadas pelas tecnologias da informação que são, em geral, utilizadas na EaD atualmente. 

O senhor acredita que ensino a distância é uma tendência? No caso dos concursos, tende a substituir o ensino presencial?
A educação a distância tende a crescer em relação à educação presencial, porém, convivendo as duas modalidades, inclusive no caso dos cursos preparatórios para concursos. Nesses casos, a motivação profissional tende a aumentar o comprometimento e a autodisciplina, que contribuem para o sucesso da aprendizagem.

Para dar certo, quais os cuidados que os concurseiros devem ter ao estudar em casa?
Embora eu não tenha experiência na área de concursos, diria que alguns dos cuidados que os “concurseiros” devem ter são os semelhantes aos de outros aprendizes da educação a distância: dispor de ambientes adequados para o estudo, estabelecer uma programação de estudo adequada ao formato específico do curso e às exigências do concurso, além de exercer a autodisciplina. 

O que levar em consideração na hora da escolha?
Em primeiro lugar, considerar a qualificação da instituição responsável pelos cursos. Em segundo lugar, é importante que o formato do curso seja adequado ao perfil e objetivos do candidato. De modo geral, cursos que possibilitam maior interação dos estudantes entre si e com os professores tendem a ter melhores resultados. Outros critérios de escolha são semelhantes aos critérios para escolher um curso presencial.


PASSO A PASSO DO SUCESSO NOS CONCURSOS 

 Antecipe-se
 Objetivo
Ferramentas
Organização
Felicidade
Não espere o edital ser publicado para começar a estudar. Em geral, o tempo entre a publicação do edital e a prova é de dois meses. Isso sem falar no volume de matérias. Lembre-se que tempo é dinheiro!
Não saia atirando para todos os lados. O ideal é escolher uma área na qual o candidato tenha afinidade. Tipo de atividade, local de trabalho, faixa salarial, benefícios e outros aspectos devem ser levados em consideração para uma escolha consciente.
Se for fazer um curso preparatório, opte por uma modalidade (presencial, telepresencial ou a distância) que se ajuste ao seu perfil. Também é importante ter um bom material de consulta, como livros específicos e provas de concursos anteriores.
Passar em concurso público não é para amador. Portanto, organização e disciplina são fundamentais para o sucesso. Um plano de estudo, com horários e disciplinas a serem estudadas diariamente, ajuda bastante. Mas é necessário que tudo esteja descrito no papel.
Ter a certeza de que o salário estará na conta no fim do mês e para o resto da vida é muito bom. Mas nada disso adianta se não tiver satisfação pessoal. E esse processo deve começar ainda nos estudos. É preciso foco, porém, é preciso também continuar com os momentos de entretenimento.

(Correio*)

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